Versando Sobre o Varejo de Roupas
Sem dúvida, o Brasil é um país de empreendedores. O brasileiro é o povo mais empreendedor no G20 e também do BRIC. Consegue abrir negócios com meros 10 mil reais e enxerga cada vez mais oportunidades para virar seu próprio patrão. E, na hora de empreender, o setor preferido está relacionado à comercialização de alimentos e varejo de roupas.
O mercado de confecção é de um potencial que nem preciso dissertar a respeito. Abrange dos pequenos empreendedores (que costuram as próprias peças que comercializam) aos grandes varejistas. Entretanto, arrisco ao dizer que tanto quanto empreendedor, o brasileiro é, antes de tudo, despreparado. O Brasil aumentou a quantidade e melhorou a qualidade das empresas, mas tem que avançar muito no quesito preparação.
Há algum tempo, o varejo deixou de ser apenas um setor para assumir um papel importante na economia brasileira. É o maior empregador privado do Brasil: de cada quatro empregos, um é criado pelo varejo. Nos últimos 10 anos o varejo foi o setor de maior crescimento. Enquanto PIB cresceu 40%, o varejo cresceu três vezes mais. As redes de bens semi-duráveis, de roupas principalmente, cresceram 500%. Estamos vivendo uma transformação de toda a economia com base no varejo. Ele é um dos propulsores da economia. Foram os grandes varejistas, com seus sistemas de cartões e crediários, que deram um grande poder de compra à população. Nos anos 80 e 90, os principais empregadores estavam na indústria. Naquela época, uma montadora empregava mais do que as 60 maiores empresas de varejo. Hoje, a maior varejista emprega mais do que todas as montadoras juntas.
O Mercado
Como consultor e especialista em confecção, encontro muitas empresas que ainda trabalham de forma ‘artesanal’. A cada 100 empresas, apenas 18% estão trabalhando de maneira correta. São empresas que sofrem por falta de planejamento, por não conhecer direito o setor, por não saber lidar com clientes ou por não dominar aspectos financeiros básicos para gerir seu caixa.
Um estudo feito por um grupo de pesquisadores do Ibmec São Paulo e do Sebrae-SP com quase 2 mil empresas, destacou que a probabilidade de fechamento de uma empresa cujo proprietário gastou até cinco meses planejando o negócio é maior do que daquele que gastou um ano ou mais nesse planejamento. Esse resultado indica que planejar de forma adequada faz a diferença.
O mercado da moda precisa se profissionalizar. Não basta só ser criativo e lançar lindas peças de roupas. Estou falando em estratégia, em um fluxo de caixa feito com integridade e com capacidade de te orientar nas decisões financeiras, em indicadores de desempenho sendo analisados corretamente, em ações comerciais voltadas para seus principais clientes aumentando a parceria e as vendas, em administração correta e precisa de suas compras e estoque, em se adequar ao modelo de lançamento de coleções da concorrência.
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Por exemplo, temos atualmente dois movimentos no setor de moda:
- a) Slow Fashion: são coleções lançadas há cada 3 ou 6 meses; adeptos a este modelo estão com lojas fechando pelo mundo a fora ou com grande dificuldades no fluxo financeiro, resultando em preços altos. Lojas como J.C.Peney, Macy’s, Nordstrom.
- b) Fast Fashion: são coleções lançadas mensalmente ou semanalmente. Lojas como Zara, Forever 21, H&M.
Mesmo assim, muitas empresas ainda trabalham no modelo slow fashion, o que as fazem perder no quesito competitividade.
Outras muitas empresas varejistas de moda pecam ao gerir o seu estoque, esquecendo-se de que estoque é dinheiro. Nesse quesito, o maior erro que percebo nas empresas é não ter a noção do giro de estoque. Entenda, você como empresário de confecção deve saber que seu produto deve ter uma vida útil de no máximo 3 meses dentro de loja. Passado este tempo, o produto corre um sério risco de ficar fora de moda e velho para a sua clientela, que não aguenta mais retornar à loja e dar de cara com os mesmos produtos.
Giro de Estoque
Por exemplo, se sua loja recebeu hoje 100 peças de um novo produto, em 3 meses o ideal é que você não tenha mais nenhuma ou apenas 5% de peças ainda em estoque, ou seja, 5 peças. Mas, caso você tenha mais do que isso, como por exemplo 30 peças, ajuste sua compra ou fabricação para 70 peças na próxima coleção. Claro, estou falando de um único produto. A média ideal de peças deve ser estudada em um universo maior de produtos e, até mesmo, levando-se em conta grupos de produtos (blusas, vestidos, saias, etc) e ainda a época do ano.
Utilizando essa metodologia, você poderá optar por coleções com menor quantidade de peças, mas maior variedade de produtos, melhorando seu mix e o aproveitamento do seu estoque.
Result Place – Consultoria em Gestão Empresarial para Confecções de Atacado e Varejo
A Result Place Consultoria para confecção em Fortaleza – CE está fortemente ligada à gestão de marcas,
consultoria comercial, planejamento estratégico, gestão de produção e financeira.